RAIVA
A raiva, também conhecida como ira, cólera,
irritação, nervosismo, é uma velha conhecida de todos nós. Apesar de tão comum
é uma emoção que devemos evitar. São muitos os problemas que ela gera.
Compromete nossa saúde, prejudica as pessoas que convivem conosco, faz com que
elas se afastem de nós e atrai companhias desencarnadas indesejáveis. Num
momento de fúria podemos fazer algo de que nos arrependeremos amargamente.
Quantos assassinatos, brigas e separações são causados pela ira!
A maior dificuldade para eliminarmos a raiva é que
colocamos a responsabilidade nas outras pessoas. Sempre que nos irritamos
justificamos que foi devido ao comportamento de alguém. As pessoas podem nos
prejudicar, coisas ruins podem acontecer conosco, mas ninguém pode nos obrigar
a sentir raiva ou a reagir de forma violenta. É nossa a responsabilidade de
controlar nossos sentimentos.
O orgulho é a explicação para este sentimento. É a
causa das contrariedades, até das mais insignificantes. Ele nos faz sentir
superiores às outras pessoas e assim esperamos que todos se dobrem diante de
nós. Consideramos qualquer contrariedade como uma ofensa à nossa personalidade.
Sempre temos uma justificativa para nossos atos negativos, mas não temos uma
palavra de compreensão para com os erros alheios. Não aceitamos que todos têm
defeitos e que o próximo tem o mesmo direito de errar do que nós.
Nossa visão estreita do mundo nos leva a cultivar a
raiva. Damos muita importância a pequenos fatos. Temos reações desproporcionais
diante das contrariedades. É importante entender que todos passamos por
dificuldades, que não somos só nós que temos problemas. Precisamos ver as
coisas de cima. Pessoas que passam por um grande perigo, por um risco de morte,
uma doença grave, uma tragédia em família, uma grande crise financeira ou
emocional tem mais facilidade de lidar com os pequenos incidentes da vida.
Muitas vezes temos que passar por grandes sofrimentos para eliminar esta visão
mesquinha das coisas. Por isso é bom que mudemos nossa maneira de sentir e
agir, para não precisar passar por lições mais duras.
É comum justificarmos nosso temperamento nervoso como
sendo característica de nossa personalidade, como se não tivéssemos controle
sobre ele. O Espiritismo nos esclarece que somos Espíritos em evolução e que
somos o resultado do que fizemos no passado. Não foi Deus que nos deu nossos
defeitos. Fomos nós que os construímos e compete a nós eliminá-los. Sem esta
noção de responsabilidade fica difícil nos dispormos à reforma íntima.
É comum dizermos que a raiva, a agressividade são
necessárias, pois sem elas as pessoas não nos respeitariam, se aproveitariam de
nós. Na verdade o que faz com que percamos o respeito das pessoas é nosso
descontrole. Se tratamos com maturidade, firmeza e serenidade as diversas
situações da vida ganhamos o respeito e a admiração de todos. Não é preciso
aceitar, mas, devemos saber reagir com dignidade. Como não possuímos esta
capacidade e não queremos nos esforçar para consegui-la preferimos continuar no
erro. Chega um momento que a agressividade vira um vício e não conseguimos
viver sem ela.
Para eliminar a raiva é importante
compreender as pessoas e desenvolver uma visão mais ampla da vida. Mas é
necessário também desenvolvermos o controle sobre nossas reações evitando a
agressão física ou verbal, os pensamentos de revide e a mágoa. Não tem como
mudar um hábito sem esforço e disciplina.
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