Soluções: procure dentro de você
Wlamir da Silva Pires
Criou-se o hábito de viajar para resolver problemas ou recuperar-se da fadiga mental e física que acumulamos no dia-a-dia. Nos finais de semana busca-se o alívio, para os dias conturbados que se vive, em bares, casas noturnas diversas, casas de jogos e tantos outros locais sempre à disposição.
A busca de cada uma dessas pessoas é infindável; repete-se a cada feriado ou final de semana a seqüência de viagens; procuram e procuram a solução para tantos problemas, confiantes que na volta a vida passará a ser um mar de rosas. Tudo estará bem, não estarão mais tensas, revoltadas, violentas, impacientes. A esperança é que isso tudo ficará para trás e serão novas criaturas; esse é o remédio que necessitam.
Porém o que se vê é que logo na volta todos os problemas estão no mesmo lugar, ninguém se modifica para melhor; vão sim, fazendo novos planos de passeios, pois da próxima vez, acreditam, tudo se resolverá; depositam aí todas as suas esperanças.
Aqui indago: os problemas que enfrentamos estão localizados dentro ou fora de nós mesmos? Claro que dentro. Sendo assim onde devemos buscar as soluções? Em nós mesmos.
Longe de ser uma condenação ao lazer salutar e bem dosado, a finalidade aqui é apenas determinar o seu real valor, importância e necessidade. O fato de alguém simplesmente ausentar-se de seu lar por um período não é em si a solução.
Deve-se meditar sobre o que nos atormenta o corpo e a alma. Deve-se refletir a respeito de nossos valores e nossa conduta; o que almejamos alcançar na presente reencarnação. A busca de soluções fáceis tem levado muitos jovens a adentrar ao perigoso mundo das drogas (álcool principalmente), quando não ao prazer físico, tratando o sexo como instrumento de lazer irresponsável.
Encaremos nossa realidade de habitantes de um planeta de expiações e provas, mas de um modo que nos acalente o desejo de progresso. Que o ensinamento do Evangelho não seja guardado em vaso adornado para admiração, mas que o coloquemos em cada atitude que tomarmos. O Evangelho deve ser vivido no lar, na rua, no Centro Espírita, no trabalho, na escola, no lazer, no trânsito, em todo e qualquer lugar.
Conscientizemo-nos de nossa posição evolutiva. Esforcemo-nos no aprendizado e vivência dos Ensinamentos de Jesus. Vejamos Deus como o Pai de amor e misericórdia e nos esforcemos em viver de acordo com as suas Leis Eternas e Imutáveis.
Então entenderemos o porquê de cada fato que se vive, sua finalidade, importância e JUSTIÇA; aí sim, nesse momento saberemos escolher e aproveitar uma viagem, um passeio, um encontro com amigos ou parentes. Isto porque o lazer para nós terá o valor que lhe cabe: de diversão e não solucionador de problemas. Será algo agradável e que não se apresentará como tábua de salvação, finalidade de vida ou o remédio milagroso que modificará toda a nossa vida.
Ao invés da dependência alheia,
aprendamos a desenvolver e cultivar a iniciativa.
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